Movimentação de cargas no Porto de Santana tem queda de 4,6% em 2018, diz Antaq

Responsável por 91,1% de todo o transporte de cargas por via fluvial no Amapá, o Porto de Santana, no rio Amazonas, fechou 2018 com queda de 4,6% no volume de movimentações. A crise do setor de minérios nos últimos quatro anos provocou a redução nas atividades, que encerraram o ano passado com 1.435.912 toneladas.

 

Os indicadores da movimentação portuária foram divulgadas pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), que regulamenta o setor. No Amapá, o porto é gerenciado pela Companhia Docas de Santana (CDSA), empresa municipal, que fica no município.

 

Para os próximos anos, a estatal prevê elevar o transporte pelo porto se aproveitando da posição estratégica dele, já que é a estrutura portuária mais ao norte do país, ficando assim mais próximo de grandes mercados como Europa e Estados Unidos.

 

A nova aposta, segundo o presidente da Companhia Docas, Glauco Cei, é o transporte da soja, que já domina quase todo o mercado de cereais do Amapá. Apesar da exportação do grão pelo porto aumentar 35,21% só no ano passado, a soja corresponde apenas a 1% do total de cargas.

 

“Agora temos a soja, a que vem do Mato Grosso e a que é produzida no estado. Aqui foram 66 mil toneladas, mas precisamos destravar as terras para que a gente possa plantar e exportar”, comentou Cei.

 

Mais de 2 milhões de toneladas apenas de minério chegaram a ser transportadas por ano pelo Porto de Santana, mas o setor foi bastante impactado e hoje só representa 1,6% de toda a movimentação, que é liderada pelas cargas de madeira e carvão vegetal (49,6%).

 

A atividade mineral no estado começou a perder espaço em março de 2013 com o desabamento do porto da empresa Anglo Ferrous, que atuava com minério de ferro e manganês. O acidente, que matou quatro trabalhadores, impediu o escoamento da extração para o exterior.

 

“O minério foi muito impactante até 2014, até a queda do porto. Nesse ano de 2018 tivemos quase nenhuma carga de minério. Tivemos uma movimentação de 40 navios, dois a menos que 2017. Em 2014 tínhamos 120 navios”, lembrou o presidente da Companhia.

 

Mesmo com os problemas, o potencial mineral do Amapá é enorme, lembra Cei, reiterando que toneladas de manganês estão armazenados nas mineradoras à espera de decisões judiciais, que motivadas pelo acidente e por dívidas trabalhistas, impedem a comercialização.

 

“É preciso que a gente busque um caminho que destrave o judicial do minério, se não vamos inviabilizar o desenvolvimento do estado. Há muito minério a ser exportado, o manganês, o minério de ferro teve uma queda muito forte nesse período, mas já está num patamar que já viabiliza essa exportação. Se tivéssemos a ferrovia funcionando e o porto de minério e o embarque seria viável”, completou.