Reunião em Brasília discute liberação de recursos para o Portus

Mais uma reunião aconteceu em Brasília para tentar salvar o Portus, fundo de pensão dos empregados das Companhias Docas. A entidade previdenciária acumula déficit mensal de R$ 11 milhões, conforme informado pelo interventor Luis Gustavo Barbosa, em audiência pública no final do mês de junho.

 

A reunião, realizada na quinta-feira (2), foi entre o ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Valter Casimiro Silveira, sindicalistas do Porto de Santos e representantes da Federação Nacional dos Portuários.

 

Segundo o presidente do Sindaport (Sindicato dos Empregados na Administração Portuária), Everandy Cirino dos Santos, o encontro foi positivo. “Após tantas reuniões e audiências em Brasília para expor a situação do Portus e a angústia dos participantes, aposentados e pensionistas, acredito que começamos a evoluir na negociação. O ministro afirmou que vai entrar em contato com o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, para que a Companhia Docas do Rio de Janeiro possa pagar uma dívida que possui com o fundo. Com a liberação desse dinheiro, o Portus poderá respirar por mais alguns meses, evitando assim a sua liquidação”.

 

Embora não tenha sido assinado nenhum documento, a expectativa é que o Governo libere recursos da ordem de R$ 140 milhões. “Com a entrada desse dinheiro em caixa, ganhamos tempo para que os estudos encomendados pelos sindicatos e pela ABEPH (Associação Brasileira de Entidades Portuárias e Hidroviárias) sejam finalizados e apresentados”, disse o vice-presidente João de Andrade, que também participou do encontro no Ministério dos Transportes.

 

Everandy Cirino destaca que a expectativa é a de que, com os estudos em mãos, os participantes do Portus possam tecnicamente contestar o aumento de 27%, em média, proposto pelo interventor nas contribuições do fundo. “Em todo o país, os sindicatos e associações de participantes tiveram que recorrer à Justiça para impedir esse aumento, que consideramos abusivo. Os trabalhadores não podem pagar uma conta que é devida pelas Companhias Docas e pela extinta Portobrás”, analisa o presidente do Sindaport.