Vítima de calote em previdência, Marcelo Salles pede exoneração do Porto de Itajaí

Para surpresa geral, o engenheiro Marcellos Salles pediu, no final da tarde desta segunda-feira, exoneração da chefia da superintendência do Porto Público de Itajaí.

A decisão tá ligada à dissolução do Portus, o instituto de previdência complementar dos trabalhadores de administração portuária de todo o país e que está sob intervenção federal.

É que, com a dissolução do Portus, cerca de 10 mil trabalhadores deixarão de receber a aposentadoria complementar que pagaram durante décadas. Isso inclui o próprio Marcelo Salles, que contribuiu durante 35 anos e agora levará um calote.

Como deverá processar o governo, Marcelo Salles diz não se sentir à vontade de continuar gestor do Porto de Itajaí que, mesmo sob responsabilidade da prefeitura, ainda pertence ao governo federal.

Entenda o caso

O Portus foi criado quando o porto ainda era tocado pela hoje extinta Portobras. Como todo instituto de previdência, parte da contribuição vem dos trabalhadores e parte do setor patronal. Entre esses “patrões” está o próprio governo federal, um dos devedores do Portus.

No ano passado, houve um acordo com o governo Federal para que ocorra aportes de dinheiro no instituto. Isso evitaria a falência definitiva e o calote nos contribuintes.

Mas o atual governo não quer manter o acordo e, por isso, foi decidida a dissolução do Portus, que há anos está sob intervenção federal.

Em Itajaí, são 41 aposentados que recebem do Portus, sete pensionistas (viúvos e viúvas) e oito funcionários do porto ainda na ativa.