O Porto de Itajaí quer voltar a figurar na rota das exportações de veículos. A superintendência tem se reunido com executivos da BMW no Brasil para tentar transferir à cidade as operações da fábrica, que hoje utiliza o Porto de Paranaguá, no Paraná.
Havia uma preocupação da empresa em relação aos estragos causados pelas enchentes em Itajaí e a possibilidade de inviabilizarem operações. O porto entregou recentemente à indústria um dossiê sobre a estrutura e os resultados que os investimentos em dragagem trouxeram na enchente de 2011, quando, apesar do grande volume de chuvas, os alagamentos ficaram abaixo da média. A expectativa é que os dados oficiais ajudem na negociação.
Se firmado, o acordo pode trazer um novo fôlego ao porto, que perdeu metade das linhas – e das atracações – no segundo semestre do ano passado.
A operação com veículos é conhecida como RoRo (roll on, roll off), quando a carga entra no navio sem o auxílio de outros equipamentos. Os carros são guiados para dentro da embarcação. Uma operação considerada “limpa”, por não demandar o transporte com caminhões-contêineres.
Itajaí já operou esse tipo de carga há 15 anos, quando o porto era usado para importação de veículos da Citröen para o Brasil. Mas os carros deram lugar aos contêineres.
A APM Terminals, arrendatária que opera o terminal, informou apenas que já apresentou a janela de atracações para a indústria alemã.
As certificações de segurança da empresa, que faz parte da gigante Maersk, são ponto positivo na disputa pela carga. O fato de Itajaí não ter operação de grãos também, já em portos graneleiros o carro suja com mais facilidade.
Com Paranaguá, o acordo é de envio de 10 mil veículos ao ano para o exterior.