CRISE POLÍTICA AFASTA INVESTIDORES DO SETOR PORTUÁRIO

A indefinição do cenário político brasileiro e a crise econômica já deixam as primeiras marcas no sistema portuário nacional. Predominantemente técnico, o setor enfrenta o desinteresse de investidores, tendo em vista a baixa procura dos últimos leilões para o arrendamento de áreas. Especialistas do setor não estão otimistas. O temor é de que os portos acabem perdendo competitividade e investimentos públicos, essenciais para o desenvolvimento do comércio exterior.

A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) anunciou, na semana passada, o adiamento do leilão de seis áreas portuárias no Pará. Nos bastidores, a informação era de que o baixo interesse de investidores havia provocado a decisão, tomada dois dias antes do certame. Oficialmente, problemas técnicos foram apontados para a não realização do evento.

O presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli, aponta a política econômica do Governo como o principal motivo para a instabilidade dos investimentos. Para ele, a insegurança jurídica, as incertezas políticas e a inserção de cláusulas restringindo lucros ou atividades são fatores que afugentam investidores. “Essa situação pode retardar mais ainda as coisas, em um momento em que não se poderia perder tempo. Além disso, certamente perdemos competitividade no mercado, com obras de infraestrutura congeladas”.