Liquigás e Grupo Ultra arrematam áreas no Pará em leilão portuário

Em um leilão sem concorrência, as empresas Liquigás e Bahiana Distribuidora de Gás arremataram cada uma um lote para armazenagem e distribuição de gás liquefeito de petróleo (GLP) no porto de Belém (PA). O leilão ocorreu nesta sexta-feira (6) na B3, em São Paulo.

 

A Bahiana Distribuidora, do grupo Ultra, ofertou R$ 300,16 mil para explorar o lote MIR01, que está ocioso. A empresa terá de construir a instalação em uma área de 25,4 mil metros quadrados e que terá capacidade para 64,8 mil toneladas por ano. O investimento previsto é de R$ 65,6 milhões. A Bahiana Distribuidora deverá pagar R$ 81,1 mil por mês à Companhia Docas do Pará (CDP).

 

A segunda área, a BEL05, foi arrematada pela Liquigás, que já opera o lote. A empresa ofertou R$ 100 mil para explorar a área, de 33,9 mil metros quadrados e capacidade para 86,4 mil toneladas por ano, o que demandará investimentos de R$ 51 milhões. A Liquigás terá de pagar R$ 216,8 mil por mês à CDP.

 

Os contratos são válidos por 20 anos. Estes foram os primeiros ativos de transportes do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) a irem a leilão em 2018.

 

As áreas ficam no chamado retroporto, sem acesso direto ao cais. São abastecidas por dutos conectados ao terminal operado pela Transpetro que, por sua vez, se liga também por dutos ao píer. Cabe ao terminal explorado pela Transpetro fazer a movimentação portuária e a armazenagem primária do GLP.

 

Originalmente seria licitada também uma terceira área, a BEL06. Mas o lote ficou sem proposta e foi excluído do leilão. Segundo o diretor-geral substituto da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Mário Povia, não era esperado que uma das áreas ficasse sem propostas. A BEL06 deverá ser recolocada no mercado para licitação em breve. Hoje, quem opera o lote é a Nacional Gás Butano Distribuidora, que incorporou recentemente a Paragás, antiga operadora.

 

Lances baixos

 

Mário Povia considerou que os lances baixos no leilão de áreas no porto de Belém “eram esperados”. “Os valores mensais de pagamentos estão mais altos, é normal que o lance venha mais tímido”, disse o executivo ao Valor.

 

Apesar de o leilão não ter sido realizado pelo governo e sim pela Companhia Docas do Pará (CDP), nenhum representante do porto concedeu entrevista. Da mesma forma, as vencedoras Bahiana Distribuidora de Gás e Liquigás não falaram com a imprensa.