Movimentação de cargas no Porto de Santos cai 6%

O Porto de Santos registrou uma queda de 6% em sua movimentação de cargas em janeiro, na comparação com o mesmo mês no ano passado. No total, segundo dados divulgados pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) ontem, 7,36 milhões de toneladas passaram pelos terminais do complexo marítimo.

A redução ocorreu devido à diminuição de 16,1% no volume de exportações, que somaram 4,68 milhões de toneladas. O resultado ainda seria pior não fossem as importações, que cresceram 19,1%, chegando a 2,68 milhões de toneladas.

Esses números integram o balanço operacional do Porto de Santos em janeiro, elaborado e divulgado pela Codesp, a Autoridade Portuária, na tarde de ontem. 

Segundo o levantamento da Docas, a queda nas exportações foi um reflexo, principalmente, da redução nos embarques de milho. Em janeiro de 2016, foram exportadas 1,7 milhão de toneladas do grão. Neste ano, no mesmo mês, foram 399 mil toneladas – uma retração de 76,6%, causada pela quebra da última safra, ainda em final de escoamento, apontam técnicos da companhia.

Apesar do declínio no primeiro mês do ano, a Autoridade Portuária mantém a projeção de um crescimento de 6,3% para 2017. “O cenário, no entanto é otimista”, diz o presidente da Codesp, Alex Oliva, destacando que o Porto tende a se beneficiar com os resultados positivos da safra de grãos 2016/2017, com estimativa de recorde histórico para o País – um aumento de aproximadamente 15% em relação à safra anterior.

“No geral, considerando ainda análises comerciais, devemos encerrar 2017 com um movimento em torno de 120,933 milhões de toneladas, um aumento de 6,3% em relação a 2016”, afirma Oliva, que aguarda a chegada de melhores resultados a partir do início do escoamento da soja. Beneficiada pela elevação dos preços, pela demanda internacional ainda elevada e por condições climáticas mais favoráveis, a safra nacional do grão deve apresentar novo recorde, com crescimento médio estimado de 8,7% .

Em janeiro, o complexo soja (grão e farelo) registrou um crescimento de 125,2%, atingindo 678,72 mil toneladas. Apenas em grãos, foram 485,85 mil toneladas. Pelas projeções da Companhia Docas, esse volume deve “facilmente” superar 3 milhões de toneladas.

Sobre as importações, o estudo da Autoridade Portuária apontou que elas foram impulsionadas especialmente pelas descargas de adubo (a principal carga nesse fluxo), que somaram 333 mil toneladas, com um aumento de 43,8%. Também se destacaram o óleo diesel e o gasóleo, com um crescimento de 28,6%, chegando a 137,96 mil toneladas.

As operações com contêineres contabilizaram um aumento de 4%, totalizando 279,978 mil TEU (unidade relativa a um contêiner de 20 pés). Em tonelagem, o crescimento foi ainda mais expressivo, de 9,3%, com 3,139 milhões de toneladas. Em unidades, a alta foi de 3,2%, com 132,026 mil caixas operadas.

Em relação à quantidade de navios atracados, houve uma redução de 8,9%, com a escala de 360 embarcações.

Na análise do valor das cargas importadas ou exportadas por Santos (ou seja, excluindo aquelas movimentadas com outros portos do País), essa cifra chegou a US$ 7,4 bilhões, 23,3% a mais do que o registrado em janeiro do ano passado. A participação na balança comercial brasileira, que somou US$ 27,1 bilhões, foi de 27,1%.