O governador Raimundo Colombo (PSD) assinou a ordem de serviço para as obras da nova bacia de evolução, que atenderá aos terminais portuários de Itajaí e Navegantes. Na prática, a primeira etapa da abertura de uma nova área de manobras que trará ao Complexo Portuário capacidade para receber navios maiores e mais carregados, com até 366 metros de comprimento.
Hoje, o limite é de 305 metros.A obra é considerada vital para a economia no Estado. Por falta de espaço para os gigantes que já estão operando na costa brasileira, no ano passado o Complexo perdeu duas linhas asiáticas, uma em Itajaí e outra em Navegantes. Só na APM Terminals, arrendatária do Porto de Itajaí, são 10 mil contêineres a menos todo mês.
Dada a importância da estrutura, os estudos iniciais, feitos em 2012, foram pagos integralmente pela APM Terminals e pela Portonave, que opera na margem de Navegantes. As pesquisas ficaram sob a responsabilidade de técnicos holandeses e incluiu simulações que demonstraram o modo mais seguro de manobrar os gigantes: os navios vão girar 180º na bacia de evolução, que ficará na região do Saco da Fazenda, e seguirão de ré até os atracadouros.
Duas etapas
Nesta primeira fase da obra, custeada pelo Estado, será alargado o canal e retiradas as guias submersas _ estruturas que ficam no fundo do Itajaí-açu e que direcionam os navios em direção aos terminais. O investimento é de R$ 103,9 milhões, fruto de um financiamento do Estado junto ao BNDES.
Alexandre Marujo, diretor de obras da Triunfo Construtora, empresa que venceu a licitação, diz que o maior desafio será executar a empreitada sem paralisar as atividades dos terminais, que continuarão operando. As pedras dos molhes, por exemplo, serão removidas aos poucos com equipamentos instalados sobre embarcações.
Antes disso, porém, será preciso apresentar o projeto executivo para solicitar as licenças ambientais _ o que deve levar mais 90 dias. Toda a etapa inicial vai demorar 18 meses para ser concluída e quando estiver pronta, no fim do ano que vem, já será possível a entrada de navios com até 336 metros de comprimento.
As embarcações ainda maiores dependerão da segunda fase da obra, que deve ser paga pelo governo federal e vai custar cerca de R$ 280 milhões.
_ Temos um compromisso do governo federal e estamos seguros de que será cumprido, porque essa obra é importante para o país _ afirmou o governador.
Formado pelo porto público, os terminais APM Terminals em Itajaí e a Portonave em Navegantes, além de outros quatro terminais privados, o Complexo Portuário do Itajaí tem a segunda maior movimentação de contêineres do país, atrás apenas do Porto de Santos. A movimentação portuária faz circular entre as duas cidades R$ 69 milhões por mês.
Mudança a tempo
Há pressão dos armadores por mais espaço para seus navios gigantes, e a conta não é difícil de entender: os grandalhões têm maior capacidade de carga. E se carregam mais contêineres a cada viagem, o custo do transporte é menor.
A estimativa é que os navios com até 366 metros estejam na costa brasileira em até dois anos _ e vai ficar com essas escalas quem tiver condições de recebê-las.
_ Voltaremos a ser competitivos a tempo de atender a esse mercado _ diz o diretor-superintendente da Portonave, Osmari de Castilho Ribas.
A expectativa é de crescimento. Antônio Ayres dos Santos Junior, superintendente do Porto de Itajaí, diz que o Complexo vai crescer no ritmo em que crescer o Brasil.
Ricardo Arten, superintendente da APM Terminals, é mais otimista:
_ Poderemos crescer 30% com a nova bacia de evolução _ estima.