Porto de Santos pode ter nova paralisação na próxima semana

Os estivadores que atuam no Porto de Santos consideram cruzar os braços de novo na semana que vem, desta vez por 48 horas, caso a negociação da campanha salarial de 2018 não avance. A primeira paralisação, que durou 24 horas, ocorreu na segunda-feira (12). 

 

O presidente do Sindicato dos Estivadores (Sindestiva), Rodnei Oliveira da Silva, o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, diretores do Sindestiva e uma comissão de trabalhadores entregaram novamente a pauta da campanha salarial ao gerente-executivo do Sopesp, Thiago Benito Robles.

 

Os estivadores apresentaram as reivindicações em 27 de dezembro do ano passado e alegam que, de lá para cá, não houve negociação. O Sopesp, por sua vez, garante que está aberto à conversa.

 

De acordo com Nei, a estiva parou as atividades por conta da falta de disposição da entidade patronal em negociar. “O Sopesp não vem à mesa de uma forma decente e sim querendo impor a sua pauta. E nós temos reivindicações que, até o presente momento, o Sopesp não respondeu”.

 

Entre os pedidos dos estivadores estão a garantia do mercado de trabalho, reajuste com ganho real (acima da inflação) de 10%, passagem dos estivadores cadastrados para o registro e negociação sobre o descanso de 11h entre jornadas.

 

Na reunião com o Sindestiva, o gerente do Sopesp prometeu apresentar um calendário de negociações. Mas a estiva diz estar atenta para manter a pressão.

 

“Esperamos que até sexta-feira venham para a mesa e sentem conosco buscando um entendimento. Se não houver, nós estaremos levando para a categoria apreciar uma nova paralisação, agora de 48h”, disse Rodnei.

 

Posição patronal

 

O Sopesp informou que a greve “causou sérios prejuízos” aos operadores portuários por falta de mão de obra avulsa.

 

O sindicato patronal disse respeitar o direito de greve, mas ressaltou rejeitar a paralisação para mudança de cláusulas negociadas em agosto do ano passado.

 

O Sopesp defendeu que o Sindestiva assine a convenção coletiva de agosto e afirmou estar aberto ao diálogo.

 

“As posições dos operadores sempre são claras, objetivas, firmes e muito bem documentadas, mantendo a coerência em todo processo negocial. Mas não há como manter essa coerência quando diversas pautas são apresentadas pelo sindicato laboral, cada uma com itens e alegações diferentes”.