Os conferentes de carga, descarga e capatazia que atuam sob o regime de trabalho avulso administrado pelo Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo/Santos) decidiram cruzar os braços na última desta terça-feira (21) nos terminais portuários do Grupo Rodrimar. A greve foi decidida em assembleia no sábado (18).
A greve é por tempo indeterminado e direcionada para as empresas Rodrimar S/A Agente e Comissária; Rodrimar S/A Transportes, Equipamentos e Armazéns Gerais; Rodrimar S/A Terminais Portuários e Armazéns Gerais e S/A Marítima Eurobras Agente e Comissária.
Com data-base em 1º de março e caminhando para o segundo ano consecutivo sem aumento salarial concedido pela empresa, os profissionais da conferência reivindicam a aplicação do índice do INPC/IBGE apurado no período de 1º de março de 2016 a 28 de fevereiro de 2017 sobre os salários e taxas de produção, aumento real de 9%, e vale-refeição de R$ 33,00 por jornada de 6 horas.
Além disso, o acréscimo de 18,18% no valor apurado sobre o descanso semanal remunerado (DSR) no trabalho avulso, a manutenção da data-base e das demais cláusulas econômicas, bem como das operacionais que tratam da manutenção das equipes, habilitação e escalação dos portuários.
O sindicato informou na assembleia que a empresa oferece reajuste salarial de 5% não retroativo e quer adotar o sistema de reaproveitamento de pessoal durante a jornada.
“A reutilização do profissional foi rechaçada na assembleia, assim como o percentual proposto que está totalmente fora da realidade econômica do País e muito aquém das nossas expectativas, considerando que a defasagem da remuneração paga pela Rodrimar já se acumula por duas datas-bases consecutivas e está próxima dos 20%”, afirmou o presidente do Sindicato dos Conferentes de Carga, Descarga e Capatazia do Porto de Santos (SCCDCPS), Marco Antônio Sanches.
O dirigente avalia a oferta patronal como irrisória diante dos índices de reajustes que vêm sendo obtidos pelo Sindicato nas tratativas com as demais empresas que operam no complexo portuário santista.
Empresa diz que está aberta ao diálogo e que já fechou acordos com outros sindicatos
A direção da Rodrimar, através de seu diretor de finanças, Antonio Carvalhal, diz que as negociações estão sendo realizadas e que ainda não foram concluídas com os conferentes, ao contrário do que ocorreu com outras categorias.
A empresa ainda lamenta a decisão sobre a greve e diz que o Grupo Rodrimar está aberto ao diálogo, porém, sem aceitar pressão imposta por movimento grevista.
A Rodrimar diz que já fechou acordos com outras categorias e que os sindicatos têm que entender o momento de crise na economia do País ocorrido em 2016.
“Enviamos propostas ao presidente do sindicato, Marcos Sanches e, como ele mesmo reconhece na reportagem dizendo que 5% em março de 2016 é impossível aceitar. Desejam 9% de aumento real, no ano de recessão para nossa economia”, se posiciona a empresa.
“Não aceitam também conferentes contratados pela CLT da mesma categoria que ele representa, para trabalhar nas fainas de Celulose e Granel, somente nas fainas de Container e Carga Geral”, prossegue.
E conclui: “Estamos abertos ao diálogo, porém sem aceitar pressão de movimento grevista. A categoria tem de entender o momento grave da economia em 2016, sendo que firmamos acordos com algumas categorias em 5% de reajuste”.