ITAJAÍ DEVE DECRETAR EMERGÊNCIA PORTUÁRIA POR VERBA PARA DRAGAGEM

O Complexo Portuário de Itajaí levanta dados desde a última sexta-feira (16) e hoje, segunda (19), o município vai decretar situação de emergência portuária, documento que dará condições da cidade contratar emergencialmente uma dragagem para desassorear o rio Itajaí-Açú. A saída e entrada de embarcações estão impedidas por tempo indeterminado.

De acordo com o superintendente do Porto de Itajaí, Antônio Ayres dos Santos, com atual draga disponível no porto, demoraria pelo menos um ano para que o complexo volte a receber a quantidade de carga habitual do local.

“Mesmo quando o rio volte ao normal, a quantidade de material que essa enxurrada trouxe para foz é muito grande. Calculamos que cada centímetro perdido em profundade são 10 contâiners a menos em um barco”, disse o superintendente.

Segundo Ayres, é feita nesta sexta uma medição para identificar a profundidade e quantidade de detritos do rio na área portuária, chamada de bacimetria. O complexo tem capacidade de operar com navios de 13 metros profundidade.

Também são levantados os valores de prejuízo acumulado e previsto caso o rio não seja dragado. Diariamente, são movimentados no porto 2,5 mil contêineres. Com o fechamento, há a estimativa de prejuízo diários chegam a R$ 4 milhões.

Em 2009, o porto conseguiu auxílio da federação para contratar uma dragagem com capacidade de 30 mil metros cúbicos de retirada de material por ano. Isso é 10 vezes mais do que a atual disponível no porto, de 3 mil metros cúbicos. Com isso, em cerca de três meses o porto voltaria a operar normalmente.

Depois de decretado pelo município, a Defesa Civil estadual homologa o decreto e encaminha a demanda para o Ministério de Portos. Os prazos de liberação de verba ainda não foram esclarecidos pelo porto.

Desde o fechamento, na sexta (9), dez navios já desistiram de descarregar nos Portos de Itajaí e Navegantes. Outros sete estão esperando autorização para entrar.

O canal foi fechado por causa da correnteza, mas o excesso de chuva também acabou afetando a profundidade do canal.De acordo com praticagem, a vazão está três vezes maior do que o normal.

A paralisação do movimento de cargas desestabiliza a economia de toda cadeia, que trabalha direta ou indiretamente, com o porto.