Porto de Suape terá terminal para movimentar carga a granel

O Porto de Suape terá um terminal para fazer a movimentação de carga a granel, tipo de operação que até hoje não ocorre no ancoradouro. A Agrovia – que tem como sócio majoritário a Odebrecht Transporte – iniciou os trâmites burocráticos para implantar uma expansão do seu terminal. O projeto inclui a instalação de seis silos, cada um com capacidade de armazenar até 5 mil toneladas.

 

“Essa ampliação demandará um investimento de R$ 80 milhões a ser realizado até 2019”, informa o vice-presidente de Suape, Marcelo Bruto.

 

O terminal da Agrovia começou a funcionar no final do ano passado para movimentar açúcar ensacado. “Aqui, a empresa continua investindo e está terminando a instalação de um shiploader – equipamento que coloca uma grande quantidade de carga no navio de uma forma mais rápida – que vai operar na próxima safra”, afirma. A moagem começa em setembro. A Odebrecht, envolvida em escândalos de corrução, vendeu alguns dos seus ativos e seu ex-presidente, Marcelo Odebrecht, está preso há mais de dois anos.

 

Independentemente das questões policiais e políticas, o que muda com Suape passando a ter um equipamento para movimentar carga a granel? “Com o tempo, o porto pode agregar novas cargas como o malte, a matéria-prima da cerveja, e o trigo. Isso poderá atrair novos empreendimentos como por exemplo moinhos, que poderiam se instalar por aqui”, conta Marcelo.

 

A movimentação de novas cargas também torna o terminal mais rentável já que o açúcar é uma carga que geralmente só é movimentada nos seis meses de safra. No atual pedido feito à Antaq, a Agrovia fala de uma segunda expansão que prevê um investimento de R$ 73 milhões o qual seria realizado para receber as cargas da Ferrovia Transnordestina em 2025, segundo Marcelo Bruto. A ferrovia está em obras há 10 anos e não tem prazo para conclusão.

 

A atual expansão do terminal da Agrovia também pode ser uma ameaça ao Porto do Recife, que tem o trigo e o malte, ambos a granel, como algumas das suas cargas tradicionais. “A nossa expectativa é de atuar de forma complementar as cargas do Porto do Recife, que deve continuar recebendo esses cereais destinados à capital e ao Litoral Norte, enquanto serão movimentados em Suape os produtos a serem consumidos próximos ao Litoral Sul”, conclui Marcelo.

 

O porto pernambucano como ponto de partida para a atuação das empresas pernambucanas no exterior foram os temas discutidos no Encontro Sobre Perspectivas e Parcerias para as Indústrias de Suape que ocorreu no prédio da administração de Suape.

 

COPERGÁS

 

O BNDES publicou nesta terça-feira (25) o edital para a contratação do estudo de privatização da Copergás. No documento estão previstos dois serviços: um principalmente de modelagem do processo de desestatização e outro de avaliação econômico-financeira, pelos valores de R$ 14,53 milhões e R$ 2,07 milhões, respectivamente. A empresa terá 24 meses para apresentar as análises, prazo que pode ser prorrogado por tempo não explicitado no edital.