No primeiro dia de implantação da escala digital pelo Órgão Gestor da Mão de Obra (Ogmo) do Porto de Santos para trabalhadores portuários avulsos da Estiva, ocorrido nesta segunda-feira (19), parte da categoria se concentrou nos locais de escala para se manifestar contra o sistema on-line.
“Essa imposição do Ogmo não é aceita pela categoria porque não foi pactuada entre as partes, como manda a lei. O Ogmo unilateralmente não pode aplicar algo que altere a relação capital-trabalho, pois ele tem que cumprir o que as partes acordarem”, afirmou o presidente do Sindicato dos Estivadores de Santos e Região (Sindiestiva), Rodnei Oliveira.
O Sindiestiva quer que o Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp) negocie estas alterações. E estuda com o departamento jurídico da entidade os próximos passos, não descartando realizar uma assembleia para definir greve geral.
Desde o início de julho, a escala digital já engloba sete categorias de trabalhadores portuários avulsos (TPA), entre eles, conferentes e vigias. A proposta do Ogmo é também atender os cerca 5 mil estivadores com a ferramenta digital, tanto pelo site do órgão, como pelo aplicativo. Assim, eles poderão concorrer a um novo trabalho sem ter de comparecer aos postos de escalação.
O Ogmo havia informado na semana passada que, mesmo com a escala digital, a presencial – realizada hoje nos postos de escalação – permanece inalterada e que o novo serviço não implicará em mudanças. Procurado para saber quantos estivadores utilizaram o sistema digital no dia de ontem, o Ogmo não respondeu até o fechamento da edição.