Porto de Santos completa 121 anos e prioriza acessos

 

Ao completar 121 anos, o Porto de Santos se prepara para uma nova fase. É a hora de o complexo santista se adaptar às recém-anunciadas regras para o sistema portuário nacional. O maior porto da América Latina também se prepara para usufruir do aumento da movimentação de cargas e da eliminação de antigos gargalos que comprometiam suas atividades.

 

O crescimento nas operações do cais santista nos últimos anos e a falta de investimentos em infraestrutura são, hoje, os principais desafios do Porto de Santos. Os gargalos ferroviários surgem, principalmente, na transposição da Serra do Mar. E os rodoviários, entre o sopé da Serra e a chegada à área do complexo portuário.


Neste ano, o complexo santista ainda ampliará sua capacidade operacional, podendo receber ainda mais mercadorias. Os dois novos terminais que entrarão em operação nos próximos meses, da Brasil Terminal Portuário (BTP) e da Embraport, serão responsáveis por elevar a capacidade de movimentação de contêineres do Porto de 3,2 milhões TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) para 8,1 milhões de TEUs. Para o diretor-presidente da Codesp, Renato Ferreira Barco, com os avanços tecnológicos, o volume pode atingir 10 milhões de TEUs anuais.


O temor de empresários e autoridades do setor fica por conta do acesso das cargas ao cais. Há quatro anos, o Masterplan, estudo de acessibilidade desenvolvido pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), previu o esgotamento do Sistema Anchieta-Imigrantes. Desde então, a revisão da matriz de transporte passou a ser assunto de discussão permanente.


Para Barco, se esta é a hora de os problemas começarem a surgir, é mais do que nunca o momento de investir em ações que possibilitem a chegada da carga. Segundo ele, o Governo do Estado reconheceu a necessidade de obras e iniciou investimentos que vão eliminar dificuldades conhecidas por caminhoneiros e operadores portuários.


“A gente destaca o minianel viário de Cubatão que vai contemplar as rodovias Padre Manoel da Nóbrega, Anchieta e a Cônego Domênico Rangoni, acabando com enorme gargalo rodoviário na confluência da Cônego com a SP 55 (Via Anchieta) por causa do raio de curvatura da alça de acesso”.


A construção de novos viadutos e a implantação de faixas adicionais que facilitem o escoamento de cargas também são medidas sugeridas pelo executivo para o desenvolvimento do Porto.